segunda-feira, 26 de abril de 2010

Alice de Tim Burton melhor para os maiores

A versão do cineasta americano para história de Lewis Carroll usa e abusa dos efeitos especiais e apresenta trama complexa demais para crianças pequenas.




Só Tim Burton poderia fazer a fantástica história de Lewis Carroll ficar ainda mais fantástica. Alice no País das Maravilhas enche os olhos de quem vê e transporta o espectador para um mundo subterrâneo cheio de vida e de cores – ainda que meio sombrias em alguns momentos, bem ao estilo Burton – fazendo com que por quase duas horas qualquer um esqueça o mundo real. É pura fantasia, claro, mas nem tanto para as crianças. Pelo menos não as menores e até a Disney deve concordar: apesar de estar na maioria das salas a partir de 23 de abril em versão dublada, a classificação indicativa é de 10 anos. 
O filme apresenta uma trilha sonora perfeita, é lindo esteticamente (a maquiagem dos personagens e os vestidos de Alice encantam até os mais ranzinzas!) e riquíssimo nos detalhes. O exército de cartas da Rainha Vermelha (a Rainha de Copas), por exemplo, hipnotiza. Todas as caracterizações são inesquecíveis e aumentam ainda mais a sensação de sonho. O efeito 3D, então, completa a viagem: na hora em que Alice cai no túnel não conseguimos nem dar conta de ver tudo que é mostrado. 

A história que conhecemos é apenas um ponto de partida. Principalmente porque Burton adaptou Alice no País das Maravilhas, mas também o Alice Através do Espelho, uma outra aventura saída da imaginação do escritor britânico. O cineasta misturou personagens e montou um enredo mais maluco ainda: o que vemos é uma Alice aos 19 anos, pronta para ser pedida em casamento até que algo sem explicação faz a menina (muito belamente interpretada por Mia Wasikowska) prestar atenção num coelho com relógio em mãos que aparece do nada em sua frente. Ela o segue, uma coisa leva à outra e, adivinhem: cai direto em uma espécie de floresta em que todos dizem já conhecê-la, mas que ela não se recorda de nada. Mergulhada em um mundo fantástico onde quase nada é o que parece, Alice encontra-se com, entre outros, o Chapeleiro Maluco, interpretado por Johnny Depp, que ganha uma importância muito maior que a do livro. E, mais uma vez, Depp rouba a cena e garante as boas lembranças do filme. 
Fonte: Cristiane Rogerio e Daniela Tófoli - Revista Crescer

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